terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O autoconhecemento: primeiro passo do amor

Na intensa linha à qual o tempo nos faz viver e compreender as mais diversas situações, componho um novo ser, em uma nova esfera. Há quem diga que se conhecer seja viver, viver e viver... deixando passar despercebidas as críticas que devemos fazer a nós mesmos, sobre nossas próprias vulnerabilidades. É nessa conjuntura perdida em algum lugar complexo, cheio de labirintos onde só existe uma saída certa e outras tantas erradas nos levando, sem que percerbarmos, a lugares cada vez mais escuros que minha essência se encontra. Se não tiver o discernimento de colocar em prática o axioma socrático: "uma vida sem busca não é digna de ser vivida", perder-me-ie em meu talante inconseqüente. Devo primeiramente encontrar minha essência, saber, de fato, quem sou, de onde venho e, por fim, para onde vou. Mergulhado nessas indagações perderei o fio condutor que rege meus ideais, minhas motivações. Assim, prefiro esquecer, por um pequeno momento, quem sou, de onde venho e para onde vou, e enfatizar a profunda busca por minha essência: o amor! Não sei, ao certo, por onde começar, mas me recordo que cada vez que me vejo só, preso em meus intrigantes pensamentos ou em companhia de alguém que me faça sentir melhor, surgem naturalmente indagações complexas sobre mim, sobre minhas certezas... É como se eu iniciasse um novo processo de auto conhecimento em uma fase mais elevada. Portanto, em meus momentos de solidão ou em companhia de alguém que me compreende e, assim, faça-me feliz, mesmo efemeramente, percebo significativos passos positivos em minha incansável busca pela felicidade.
Recentemente encontrei uma nova motivação para fortalecer meus ideais, algo ou alguém que , despercebidamente, isto é, naturalmente, protagonizou um forte momento em mim. Andava intrigado do divino e ainda me vejo em uma crise espiritual, pois creio que se ninguém pensar em Deus, falar Nele ou cultuá-lo, Ele simplesmente desaparecerá. Assim não seria Deus o criador do homem, mas o homem, detentor ilimitado da razão, criador de Deus. No entanto, não posso negar a natureza espiritual existente muito ativamente em mim. Sou, por excelência um ser espiritual e, por isso, talvez, tenha tanta liberdade de conversar com meu ser superior e, por vezes, questioná-lo. Isso não é ateísmo, é amar com liberdade, poder manter um diálogo aberto e sem preconceito com Deus. Sofri alguns preconceitos por pessoas que se limitam em crenças metódicas, limitadas por conceitos humanos e com um profundo medo de indagar: Deus existe? Posso ser feliz sem Deus? Religião salva? Quantas inquirições ricas, mas cercadas de preconceitos. Pois bem, encontrei-me comigo mesmo aprendi que a companhia de alguém é a pedra angular de nossa felicidade. De fato, o homem não é uma ilha.
O homem nasce preso às suas limitações, a sua ignorância, a pior das prisões. Ao longo da vida vamos erigindo momentos de libertação, ou seja, de conhecimento. Realmente o pensador Francis Bacon foi feliz ao dizer: "saber é poder". A cada nova experiência, novo amanhecer; novas motivações, novas metas. Compomos a singeleza de nosso ser e a reflexão dessa vida singela a torna a máxima realeza que podemos desfrutar. Meu último processo de autoconhecimento deveu-se às pessoas de Magneide de Oliveira, Ana Paula, Maria Jussara, Juquinha ambos da comunidade distrital de Melancias, Apodi-RN. Nos seis dias que passei lá encontrei algo que há muito minha vida de dedicação aos estudos, intensas leituras não me deram: a essência de belas amizade. Não aprendi em nenhum livro como as relações interpessoais se dão, mas no convívio com cada pessoa nova, preocupada consigo e livre para novos conhecimentos. Enfatizo que sou um simplório apreciados da essência humana e, como tal, faço de cada amizade o processo que gera o amor: conhecer-se e conhecer alguém.
Sobre minhas novas amizades posso afirmar que componho a cada minuto motivações intrínsecas que me garantam a confiabilidade que preciso para amar e ser amado, utopia nos dias atuais. Enquanto as pessoas procuram desesperadamente um novo relacionamento, uma nova aventura justificada no nome de algum sentimento tento me conhecer acima de tudo. Acredito infalivelmente que só se pode chegar a plena compreensão e vivência do amor quando entendemos a profunda subjetividade deste sentimento e seus pontos de partida e chegada, pois o amor é tão subjetivo que cada amante compõe para si um conceito, um ideal. Mas este mesmo amor traz consigo seus pontos de partida e de chegada. O primeiro refere-se a conhecer-se e o segundo a conhecer alguém. Assim prefiro tragar meu tempo me conhecendo, portanto, me amando. Creio, ainda, que só existe amor em uma relação onde ambos primeiramente se conheçam e tomem posse de sua realidade. É como diz a canção: "viver é melhor que sonhar".
O curto tempo na companhia de novas amizades serviu-me para entender que o tempo não compreende o íntimo de cada ser e que não tem autonomia para definir relações. Sejamos o senhor de nosso tempo, de nosso destino, pois o tempo se limita ao externo de cada ser, nosso íntimo é algo profundamente desconhecido por ele. Às vezes custamos para descobrirmos a grandeza de alguém, outras vezes, porém, temos a facilidade de bebermos da fonte que se encontra na essência de de uma mesma pessoa. Assim foi minha experiência em Melancias. Saí mais maduro e convicto de que, embora não consiga me conhecer plenamente, alguém me ajudará nesta árdua missão. Não estou só. A via do autoconhecimento só é possível quando trilhada com alguém.

Abraços ao simplório povo real de Melancias, Apodi-RN.

Meus agradecimentos a Magneide;
Meus abraços a Ana Paula;
Minhas palavras de apoio a Juquinha e, por fim,
Meu silêncio a Jussara, símbolo do autoconhecimento, pre-suposto primeiro para o amor!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Nossa luta

"Uma vida sem busca não é digna de ser vivida" - Sócrates

Salve, salve 2010! Trouxe consigo o fim da primeira década do terceiro milênio. Que grandeza! Trouxe ainda, e na mesma velocidade, inúmeras mortes lideradas pela natureza. Que trizteza! Trará sucesso ou decadência? Alegria ou Tristeza? Felicidade, quem sabe... Início ou Fim? Horizonter ou barreiras? Prisão ou liberdade? Bem, isso não cabe primeiramente ao tempo e suas trajetórias ora turvas, ora sintilantes. Cabe a nós, senhores do próprio destino. Alegremo-nos por estarmos dentro de um contexto social que, embora nos oprima, sabemos, quando unidos, a maneira certa de mudarmos a rota.
Salve, salve, os universitários do período da ditadura militar: quantos não dedicaram seu tempo e suas vidas planejando uma solução para este país que mergulhava na intensa opressão social? Quantos não cantaram o hino nacional com amor recriando seu orgulho e seu sentimento patriota por um pais que se libertara das garras faroz dos militares? Quantos não saíram às ruas gritando: "Que país é este?" Quantos não proferiram votos de fidelidade a sua pátria, independentemente de quem a liderasse (líderes ingratos!) Quantos não motivaram seus visinhos, familiares e amigos a lutarem pela libertação? Onde se perdeu o espírito de luta de nosso povo, marcado pela tristeza que seus representantes lhes impõe? nde os universitário jogaram seus ideais? Muitos dizem que os tempos mudaram e com tais mudanças, deu-se início a uma decadência socio-cultural do povo. As universidades não articulam mais movimentos sociais capazes de influnciar sociedade e fazê-la refletir as principais causas de suas deficiências...
Nossa cultura está se desfragelando, caindo no misterioso mar de incertezas deste país, onde nada se vê, nada se faz... É incumbência nossa buscarmos incessantemente nossos direitos, nossas honras, mas sobretudo nosso prestígio socio-cultural.
Neste novo ano, sentimos a necessidade de olharmos em volta e percebermos as deficiências de nossas vidas, de nossas famílias, amigos, estudos... Tudo parece ir mal ou, quando vai bem, logo passa. Precisamos de estabilidade em nossos afazeres, em nossas metas e, para isso tudo, devemos contar primeiramente com o espírito de luta que tanto fomentou as conquistas dos gregor antigos: um espírito alicerçado no compromiço de suas próprios ideais. Não abriam mão do que queriam... Vivam os gregos!
Mas, em essência, o que queremos? Muitas vezes, sequer sabemos para onde vamos, o que faremos: "o acaso vai me protejer enquanto eu andar distraído" Deus me livre! Livre-me de uma dia ter que dizer: "Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer. Devia ter arriscado mais e até errado mais, ter feito o que eu queria fazer. Queria ter aceitado as pessoas como elas são, cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração... Deivia ter complicado menos, trabalhado menos, ter visto o sol se por. Devia ter me importado menos com problemas pequenos, ter morrido de amor. Queria ter aceitado a vida com ela é, a cada um caba a alegria, e a tristeza que vier..." Eita que vida triste essa! Prefiro a do poeta caipira Renato Teixeira: "Cada um de nós compõe a sua história e cada ser, em si, carrega o dom de ser capaz, de ser feliz..." Livra-me da primeira e guarda-me para a segunda!
A libertação que desejamos se prende ao medo que sentimos, torna-se quase utópica. Ficamos dependente de algo ou alguém. Isso não. De novo não! Chega! "Se não me deixarem falar, eu gritarei; se não me deixarem gritar eu gesticularei, mas não há nada neste mundo que me impedirá" de lutar em prol da igualdade social.
Lutemos! Tenhamos disposição para brigar pelo que é nosso, mas antes, busquemos saber o que, de direito, nos pertençe...
Mude sua realidade com a mesma intensidade de seus sonhos!

domingo, 3 de janeiro de 2010

Ao povo de Riacho da Cruz

Ao som de músicas como “canção do exílio”, “caminhando e cantando” e outras tantas que, de maneira singular, expõe o labor de cada cidadão brasileiro, sinto-me em comunhão mais profunda com meus conterrâneos riachocruzenses, sem exceção. A todos meu simplório voto de felicidades em 2010!
Neste novo ano, sejamos solidificados no desejo de libertação e união das bases populares e que esta união nos proporcione resultados benéficos. Em 2010, ano das eleições presidenciais, teremos mais uma singular oportunidade de definirmos nossos representantes e que, nossas decisões sejam de total consciência nossa.
De modo específico, falo em nome de Riacho da Cruz–RN, cidade pequena do oeste potiguar. Nós, cidadãos riachocruzenses devemos abraçar o espírito cristão da luta em favos dos menos privilegiados. Somos, a todo o momento, massacrados de inúmeras formas às quais não conseguimos, sequer, sistematizar uma forma de defesa, ou pelo menos de esperança. Chega-se a hora por nós tão aguardada: a hora de unirmo-nos em prol de nossos ideais, de nossa família de dizermos que ainda temos voz ativa dentro de nossas decisões, que não é um pequeno grupo de pessoas endinheiradas que decidem por nós, afinal já dizia o poeta na canção: “cada um de nós compõe a sua história e cada, ser em si, carrega o dom de ser capaz, de ser feliz.” Este novo ano nos trará a oportunidade ímpar de compormos nossas metas e lutarmos por aquilo que acreditamos, mas que, de algum modo, somos intimidados a lutarmos.
Riachocruzenses, amantes de suas famílias, seus amigos, amores... todos nós, pretos e brancos, altos e baixos, gordos e magros, ricos e pobres, mas especialmente os pobres, saúde, felicidades e muitas realizações e liberdade em 2010!
Não nascemos para vivermos cativos nas jaulas de uma cidade, presos a um sistema sempre mais opressor, portanto ganhemos as asas de nossa libertação e voemos para nossos sonhos e transformemo-los em realizações. É como diz Leonardo Boff, filósofo e teólogo: “se, na vida, perdermos os sonhos, perderemos as motivações para vivermos”.
Por fim, encerro com as palavras do saudoso Mahatma Gandhi: “seja a mudança que deseja ver no mundo”.

Rillen Rossy Rocha Reges
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...