Correio do Brasil
O supervisor Hélio Ribeiro morto por um policial do Bope foi enterrado nesta quinta-feira no Cemitério do Caju, na Zona Norte do Rio. Ele estava em casa, numa vila que dá acesso ao Morro do Andaraí, quando um PM confundiu a furadeira que a vítima segurava, com uma arma. A Polícia Militar admitiu que foi um erro a atitude tomada pelo policial. O crime ocorreu quando durante operação do Bope na favela, para checar uma denúncia sobre tráfico de drogas envolvendo os traficantes conhecidos como Pagode e Ciclone. O corpo já foi liberado do IML, mas ainda não chegou ao cemitério.
A viúva de Hélio, Regina Célia Canelas Ribeiro, de 44 anos, que testemunhou a morte do marido, disse que o agente do Bope não deu qualquer aviso à vítima e foi logo atirando . Segundo ela, Hélio tinha acabado de subir numa escada trazendo na mão um furadeira - que acabou sendo confundida com uma submetralhadora Uzi - quando houve o disparo.
Autor dos disparos, o cabo Leonardo Albarello será indiciado por homicídio doloso, quando há intenção de matar, e vai responder pelo crime em liberdade. De acordo com a delegada Leila Goulart, da delegacia de Vila Isabel, o fato de Albarello ter se apresentado espontaneamente retira o flagrante. Segundo ela, mesmo o PM não tendo a intenção de matar, vai responder pelo homicídio doloso.
Após acompanhar o trabalho dos peritos, a delegada disse ainda que, se for preciso, será feita uma reconstituição para saber se a distância fez com que o PM se confundisse. O disparo foi feito a uma distância de aproximadamente 40 metros.
Em entrevista coletiva, o comandante do Bope, tenente-coronel Paulo Henrique Azevedo Moraes, admitiu que houve um erro, mas disse que Albarello agiu acreditando que estava certo. O cabo ficará afastado das ruas por tempo indeterminado e passará por acompanhamento psicológico.
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