domingo, 4 de julho de 2010

No RIO, UPPs passam sensação de segurança


RIO - Só o tempo e as estatísticas de criminalidade dirão se é algo efêmero, mas, pelo menos por enquanto, uma relativa sensação de tranquilidade paira no ar para quem vive nas proximidades das nove Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), principalmente as de Copacabana, Leme, Botafogo, Tijuca e Gamboa. Antes regiões de conflitos constantes, as comunidades beneficiadas pelas pacificadoras agora parecem não assustar os vizinhos do asfalto. Mais cauteloso, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, acha que ainda não há motivos para comemorar. 

Antes da instalação da UPP no Morro do Pavão-Pavãozinho/Cantagalo, em Copacabana, em dezembro passado, a família do médico Sérgio Fernando Antas recomendava às visitas que não se aproximassem da janela. Ao longo de 35 anos na Rua Sá Ferreira, ele acompanhou o crescimento da favela de sua cobertura, na qual teve que construir paredes, por segurança. 


Traficante interpelou jovem que tirou fotos de favela

Uma das piores situações que a família viveu foi quando uma jovem que a visitava tirou fotos da favela. Minutos depois, o porteiro interfonou porque o chefe do tráfico queria saber se era a imprensa que estava registrando imagens da comunidade. Segundo Sérgio, a jovem teve que ir ao morro e mostrar as imagens, provando que era apenas uma forma de levar uma lembrança do Rio. 

- Outra vez, uma amiga veio para um churrasco e ficou olhando um traficante limpar o fuzil. Ele percebeu e apontou a arma para ela - desabafou Paulo Antas, filho de Sérgio.
Com a UPP, o médico conta que voltou a ter a paz de 30 anos atrás. Mas ele se assusta com a rapidez com que ainda surgem novas construções: 

- Quando cheguei, era um morro lindo, com densa vegetação. Hoje, não há mais espaço livre e continuam construindo. Outras coisas ruins eram os tiros e o barulho dos bailes de funk e forró. Agora, o único som que ouvimos, e com prazer, é o das crianças brincando.
Cenas como traficantes andando com fuzis pela Sá Ferreira, em plena luz do dia, no ano passado, não saem da memória da presidente da associação de moradores da rua, Luiza Falatino. Ela também lembra que, durante tiroteios, se refugiava no quarto dos fundos com os filhos pequenos. 

- Os hábitos dos moradores estão mudando. As pessoas ficam até mais tarde na rua. A cracolândia (junto ao Túnel Sá Freire Alvim) deu lugar a uma praça, foi uma luta dos moradores. A retirada das armas do tráfico foi fundamental para a paz - diz Luiza. 


Fonte: G1.com

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