A pesquisa Sensus, divulgada nesta terça-feira e que mostra empate entre os presidenciáveis Dilma Rousseff e José Serra, não surpreendeu o PT. O PSDB, no entanto, colocou dúvidas sobre a veracidade do resultado, repecutindo uma estratégia que também foi usada pela mídia: a de colocar em dúvida os resultados que são desfavoráveis ao candidato tucano.
Segundo a sondagem, Serra tem 32,7% das intenções de voto, enquanto Dilma aparece com 32,4%; Ciro Gomes (PSB) com 10,1% e Marina Silva (PV), 8,1%. Votos brancos ou nulos somam 7,7%. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
A pesquisa, encomendada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada de São Paulo, foi realizada entre os dias 5 e 9 de abril, em 136 municípios de 24 Estados, e ouviu 2 mil pessoas. O levantamento foi registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral sob o número 7594/2010, em 05 de abril.
Segundo a pesquisa, quando a lista de candidatos exclui Ciro Gomes (PSB), José Serra (PSDB) tem 36,8% da preferência, Dilma Rousseff (PT), 34%, e Marina Silva (PV), 10,6%. Nesse cenário, os votos brancos e nulos somam 9,1% e 9,5% dos eleitores consultados ficou sem responder.
Na simulação de segundo turno entre Dilma e Serra, os tucanos ficam na frente, com 41,7% dos votos válidos, enquanto a candidata petista atrai 39,7% dos eleitores consultados, dentro da margem de erro, o que configura empate técnico. Os votos brancos e nulos chegam a 10,1% e 8,5% das pessoas ouvidas não responderam.
Dilma cresceu quase cinco pontos e Serra caiu
Na pesquisa Sensus realizada no final de janeiro, ainda que não possa ser comparada com a atual pois são pesquisas com contratantes diferentes, José Serra aparecia com 33,2% e Dilma com 27,8%; Ciro Gomes (PSB), vinha em terceiro com 11,9% e Marina Silva (PV) ficava em 6,8%.
No segundo cenário, em que Ciro está fora da disputa, Serra tinha com 40,7% e Dilma 28,5%. Marina chegava a 9,5%.
Nos dois casos, nota-se um evidente crescimento da candidata petista. Na disputa em que Ciro participa, Dilma saltou de 27,8% em janeiro para 32,4% agora (crescimento de 4,6 pontos percentuais) e Serra caiu de 33,2% para 32,7% (queda de 0,5 pontos). No segundo cenário, sem Ciro, Dilma sobe aind mais, passando de 28,5% para 34% e Serra cai de 40,7% para 36,8%.
Dilma tem menor rejeição, lidera espontânea e Lula transfere mais votos
O Sensus também realizou a pesquisa espontânea, na qual não são apresentados os nomes dos candidatos ao entrevistado. Dilma, então, aparece em primeiro lugar, com 16%. O presidente Lula, que não será candidato nas próximas eleições, tem 15,3%. Serra aparece em terceiro com 13,6%. Marina tem 2,5% e Ciro, 1,6%.
O levantamento analisou ainda a rejeição dos candidatos e a capacidade de transferência de votos de Lula e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Marina Silva é a que tem maior taxa de rejeição: 30,7% dos entrevistados disseram que não votariam de jeito nenhum dela. A taxa de rejeição de Serra é de 28,1%, a de Ciro, de 27,9% e a de Dilma, de 26,3%.
Já Lula é o que tem maior capacidade de transferir votos: 24,7% dos eleitores afirmaram que o candidato do Lula é o único no qual votaria, enquanto 36,9% dizem que poderiam votar nele. Já para Fernando Henrique, esses percentuais são, respectivamente, de 5,1% e 23,3%. Outros 19,3% disseram que não votariam no candidato de Lula, enquanto 49,9% não votariam no candidato de FHC.
Com medo de ser desmascarada, Folha ataca rivais
Como era de se esperar, o jornal Folha de S. Paulo, que pertence ao mesmo grupo do Datafolha, tentou desqualificar a pesquisa Sensus, tal como fez com a pesquisa anterior do Vox Populi. As duas pesquisas (Vox Populi e Sensus) desmentem cabalmente os "nove pontos de vantagem" com os quais o Datafolha presenteou José Serra em seu último levantamento.
Para que o Datafolha não fique carimbado na praça como um instituto que manipula os resultados de suas pesquisas, a Folha tratou de pautar matérias que colocassem em dúvida o resultado de levantamentos que não condiziam que o resultado do Datafolha.
Sobre o Vox Populi, a Folha questionou a ordem das perguntas, insinuando que a ordem afetou o resultado (leia mais aqui) e sobre a Sensus, a Folha colocou em dúvida a contratação da pesquisa, que havia sido registrada inicialmente em nome do Sindecrep (Sindicato de Trabalhadores em Concessionárias de Rodovias) de São Paulo e depois retificada para Sintrapav (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada de São Paulo).
Com esses questionamentos, a mídia oferece argumentos para que a oposição, pelo menos para a opinião pública, "desconsidere" as pesquisas que não lhe são favoráveis.
O presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra, afirmou que seu partido não leva em consideração as duas mais recentes pesquisas que apontam empate técnico entre os presidenciáveis José Serra, tucano, e Dilma Rousseff, petista.
"Não é nada de pessoal, mas pesquisas do Sensus e do Vox Populi, nos últimos tempos, têm estado muito diferentes dos nossos acompanhamentos, das nossas pesquisas e das de outras instituições. Não estamos trabalhando com elas", afirmou Guerra ao Terra Magazine, refletindo nitidamente a estratégia desenhada pela Folha.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) foi na mesma linha e colocou em dúvida o resultado a pesquisa Sensus por ela ter sido contratada por um sindicato de trabalhadores. Na visão elitista do líder tucano, fosse um sindicato patronal que tivesse contratado a pesquisa, aí sim ela mereceria crédito.
“Não gosto de desconstruir pesquisa. Mas uma diferença de 9%, da pesquisa do Datafolha, para 0%, do Instituto Sensus, é muito estranha”, disse o senador tucano. “Essa não é a fotografia do momento”, completou.
Dutra: oposição cria factóides
O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, disse que não é hora de subir no salto alto e que só comemora o resultado de eleição. “Eu não comemoro pesquisa. Eu acho que eles vão ficar empatados até o começo da campanha, no meio do ano”, afirmou.
Para Dutra, as críticas da oposição sobre o desempenho da ministra na pré-campanha se revelaram factóides. Na semana passada, durante viagem de Dilma a Minas Gerais , lideranças do PSDB, DEM e PPS disseram que ela “escorregou” ao sugerir uma parceria com o governador do Estado, Antonio Anastasia. “Só mostra como eles criam factóides. Eles estão sem discurso, sem projeto”, reagiu.
Avaliação positiva do governo subiu para 72,8%
Ainda segundo o levantamento realizado pelo Instituto Sensus, a avaliação positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de 72,8%. O governo Lula é ótimo para 27,2% e bom para 45,6% dos eleitores. Outros 20,2% consideram o governo regular, enquanto 2,6% o avaliam como ruim e 3,3% como péssimo. Não souberam ou não quiseram responder 1,2% dos eleitores. Na última pesquisa Sensus que avaliou o governo Lula, ele aparecia com aprovação de 71,4%.
A pesquisa, encomendada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada de São Paulo, foi realizada entre os dias 5 e 9 de abril, em 136 municípios de 24 Estados, e ouviu 2 mil pessoas. O levantamento foi registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral sob o número 7594/2010, em 05 de abril.
Segundo a pesquisa, quando a lista de candidatos exclui Ciro Gomes (PSB), José Serra (PSDB) tem 36,8% da preferência, Dilma Rousseff (PT), 34%, e Marina Silva (PV), 10,6%. Nesse cenário, os votos brancos e nulos somam 9,1% e 9,5% dos eleitores consultados ficou sem responder.
Na simulação de segundo turno entre Dilma e Serra, os tucanos ficam na frente, com 41,7% dos votos válidos, enquanto a candidata petista atrai 39,7% dos eleitores consultados, dentro da margem de erro, o que configura empate técnico. Os votos brancos e nulos chegam a 10,1% e 8,5% das pessoas ouvidas não responderam.
Dilma cresceu quase cinco pontos e Serra caiu
Na pesquisa Sensus realizada no final de janeiro, ainda que não possa ser comparada com a atual pois são pesquisas com contratantes diferentes, José Serra aparecia com 33,2% e Dilma com 27,8%; Ciro Gomes (PSB), vinha em terceiro com 11,9% e Marina Silva (PV) ficava em 6,8%.
No segundo cenário, em que Ciro está fora da disputa, Serra tinha com 40,7% e Dilma 28,5%. Marina chegava a 9,5%.
Nos dois casos, nota-se um evidente crescimento da candidata petista. Na disputa em que Ciro participa, Dilma saltou de 27,8% em janeiro para 32,4% agora (crescimento de 4,6 pontos percentuais) e Serra caiu de 33,2% para 32,7% (queda de 0,5 pontos). No segundo cenário, sem Ciro, Dilma sobe aind mais, passando de 28,5% para 34% e Serra cai de 40,7% para 36,8%.
Dilma tem menor rejeição, lidera espontânea e Lula transfere mais votos
O Sensus também realizou a pesquisa espontânea, na qual não são apresentados os nomes dos candidatos ao entrevistado. Dilma, então, aparece em primeiro lugar, com 16%. O presidente Lula, que não será candidato nas próximas eleições, tem 15,3%. Serra aparece em terceiro com 13,6%. Marina tem 2,5% e Ciro, 1,6%.
O levantamento analisou ainda a rejeição dos candidatos e a capacidade de transferência de votos de Lula e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Marina Silva é a que tem maior taxa de rejeição: 30,7% dos entrevistados disseram que não votariam de jeito nenhum dela. A taxa de rejeição de Serra é de 28,1%, a de Ciro, de 27,9% e a de Dilma, de 26,3%.
Já Lula é o que tem maior capacidade de transferir votos: 24,7% dos eleitores afirmaram que o candidato do Lula é o único no qual votaria, enquanto 36,9% dizem que poderiam votar nele. Já para Fernando Henrique, esses percentuais são, respectivamente, de 5,1% e 23,3%. Outros 19,3% disseram que não votariam no candidato de Lula, enquanto 49,9% não votariam no candidato de FHC.
Com medo de ser desmascarada, Folha ataca rivais
Como era de se esperar, o jornal Folha de S. Paulo, que pertence ao mesmo grupo do Datafolha, tentou desqualificar a pesquisa Sensus, tal como fez com a pesquisa anterior do Vox Populi. As duas pesquisas (Vox Populi e Sensus) desmentem cabalmente os "nove pontos de vantagem" com os quais o Datafolha presenteou José Serra em seu último levantamento.
Para que o Datafolha não fique carimbado na praça como um instituto que manipula os resultados de suas pesquisas, a Folha tratou de pautar matérias que colocassem em dúvida o resultado de levantamentos que não condiziam que o resultado do Datafolha.
Sobre o Vox Populi, a Folha questionou a ordem das perguntas, insinuando que a ordem afetou o resultado (leia mais aqui) e sobre a Sensus, a Folha colocou em dúvida a contratação da pesquisa, que havia sido registrada inicialmente em nome do Sindecrep (Sindicato de Trabalhadores em Concessionárias de Rodovias) de São Paulo e depois retificada para Sintrapav (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada de São Paulo).
Com esses questionamentos, a mídia oferece argumentos para que a oposição, pelo menos para a opinião pública, "desconsidere" as pesquisas que não lhe são favoráveis.
O presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra, afirmou que seu partido não leva em consideração as duas mais recentes pesquisas que apontam empate técnico entre os presidenciáveis José Serra, tucano, e Dilma Rousseff, petista.
"Não é nada de pessoal, mas pesquisas do Sensus e do Vox Populi, nos últimos tempos, têm estado muito diferentes dos nossos acompanhamentos, das nossas pesquisas e das de outras instituições. Não estamos trabalhando com elas", afirmou Guerra ao Terra Magazine, refletindo nitidamente a estratégia desenhada pela Folha.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) foi na mesma linha e colocou em dúvida o resultado a pesquisa Sensus por ela ter sido contratada por um sindicato de trabalhadores. Na visão elitista do líder tucano, fosse um sindicato patronal que tivesse contratado a pesquisa, aí sim ela mereceria crédito.
“Não gosto de desconstruir pesquisa. Mas uma diferença de 9%, da pesquisa do Datafolha, para 0%, do Instituto Sensus, é muito estranha”, disse o senador tucano. “Essa não é a fotografia do momento”, completou.
Dutra: oposição cria factóides
O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, disse que não é hora de subir no salto alto e que só comemora o resultado de eleição. “Eu não comemoro pesquisa. Eu acho que eles vão ficar empatados até o começo da campanha, no meio do ano”, afirmou.
Para Dutra, as críticas da oposição sobre o desempenho da ministra na pré-campanha se revelaram factóides. Na semana passada, durante viagem de Dilma a Minas Gerais , lideranças do PSDB, DEM e PPS disseram que ela “escorregou” ao sugerir uma parceria com o governador do Estado, Antonio Anastasia. “Só mostra como eles criam factóides. Eles estão sem discurso, sem projeto”, reagiu.
Avaliação positiva do governo subiu para 72,8%
Ainda segundo o levantamento realizado pelo Instituto Sensus, a avaliação positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de 72,8%. O governo Lula é ótimo para 27,2% e bom para 45,6% dos eleitores. Outros 20,2% consideram o governo regular, enquanto 2,6% o avaliam como ruim e 3,3% como péssimo. Não souberam ou não quiseram responder 1,2% dos eleitores. Na última pesquisa Sensus que avaliou o governo Lula, ele aparecia com aprovação de 71,4%.
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