quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Marina Silva (PV) critica governo Lula no caso Irã

'Com certeza não daria a audiência que foi dada a Ahmadinejad', diz Marina Silva.

SÃO PAULO - Nesta quarta-feira, 1º, a candidata à Presidência, Marina Silva (PV), foi entrevistada no Jornal da Globo, na sede da TV Globo, em São Paulo. Ela criticou a atuação do Brasil na política externa do governo Lula em relação ao Irã, fez críticas ao tucano José Serra por ter feito uso de uma favela virtual na propaganda eleitoral e defendeu regras para o agronegócio. Ao mesmo tempo, sustentou que o etanol já deveria ter se tornado uma commodity internacional. Política externa para Marina, o Brasil tem que dar continuidade à 'cultura de paz' e que o País não pode fazer nenhum movimento contra a relação pacífica entre os povos. Ao mesmo tempo, a candidata verde criticou a forma como foi feito o diálogo com o Irã, que segundo ela, está contra os princípios da defesa da democracia e dos direitos humanos. 'Com certeza não daria a audiência que foi dada a Ahmadinejad, que causou um estranhamento nas democracias ocidentais', ponderou Marina, referindo-se à atual política de aproximação do Brasil em relação ao Irã de Ahmadinejad. 'Não se pode fazer em nome do diálogo um movimento político que acaba favorecendo um ditador, que não respeita direitos humanos, que não respeita as liberdades políticas, que tem presos políticos e que tem como objetivo construir e fazer a bomba atômica', alfinetou a candidata do PV. Desenvolvimento e favela virtual Perguntada sobre a questão do desenvolvimento no Acre, Estado onde é senadora, a candidata do PV disse que muita coisa foi feita. Porém, quando novamente questionada sobre saneamento básico, Marina admitiu que o Estado vivia uma situação de 'degradação social', mas que agora muita coisa melhorou. Ela aproveitou para criticar o adversário tucano José Serra, por usar uma favela virtual na campanha. 'O Acre era território, ele passou a ser um Estado, depende de repasses da União. Agora, obviamente que é grave o que acontece ainda no Acre, mas muita coisa mudou e mudou para melhor. Difícil é imaginar que o estado mais rico da Federação - que é o Estado de São Paulo - tenha uma situação como eu vi lá na favela da Mata Virgem', disse Marina. Segundo ela, no Estado não deveria haver favelas com esgoto a céu aberto e localizadas em áreas de mananciais. 'Por isso que eu estranhei que no programa do governador Serra ele tenha apresentado uma favela virtual. Porque tem uma favela real.' Também sobrou críticas para a educação no Rio de Janeiro. 'E o estado do Rio de Janeiro, por exemplo, que é o segundo mais rico da Federação? Está em antepenúltimo lugar em educação. Um dos piores índices de educação', conclui. Agronegócio Em relação ao agronegócio, Marina Silva defendeu regras para a exploração dos recursos naturais e mais investimento em tecnologia. Ela cita como exemplo as tecnologias aplicada na agricultura e na pecuária no Estado do São Paulo. 'Aqui em São Paulo a produção agrícola e a produção de carne têm altíssima tecnologia. Por que não pensar em fazer o mesmo na Amazônia? Por que quando é o cerrado, a Amazônia, o Pantanal, a caatinga, as pessoas acham que podem fazer de qualquer jeito?', indagou. No final da entrevista, a candidata do PV disse que o Brasil tem que mostrar ao mundo que respeita as regras. Curiosamente, ela fez a defesa do etanol como uma commodity e, mais uma vez, fez críticas ao governo Lula. 'As vezes a gente fala do agronegócio, da agricultura, como se fosse uma coisa só. Tem gente que está na vanguarda e estes precisam ocupar a cena, liderar o processo', defendeu a candidata do PV. 'Nós precisamos, por exemplo, transformar o álcool em uma commodity. Por que ainda não aconteceu isso?', fustigou. 'Porque o Brasil perdeu oito anos. Em lugar de fazer a certificação, só fazia propaganda', finaliza Marina Silva.

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