quinta-feira, 12 de maio de 2011

O PSD nem é novo, nem tem cara de povo


Do blog de Marcelo Sousa:
Em plena discussão  da chamada reforma política estamos assistindo um jogo bastante agressivo do prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab, com o objetivo de criar, ressuscitar mais um partido político no Brasil, trata-se da reedição do velho PSD, que em  outros momentos da política tinha em seus quadros as raposas políticas mais felpudas do Brasil. Esse PSD travestido de novo embute por trás de sua criação as mesmas manhas de seu passado.
Quero deixar claro que não contra o nascimento de novas agremiações políticas desde que tenham propósitos de querer o bem comum e de realmente fazer política com novas idéias para o cenário político brasileiro, o que não é o caso da criação desse reedito PSD. O seu nascimento, como podemos observar pelos discursos de  seus fundadores tem como objetivo ser o novo partido governista, seja nos estados ou com relação ao poder nacional, senão vejamos, em São Paulo pelo que tudo indica, manterá a aliança com os tucanos, no Rio Grande do Norte, com o DEM e seus aliados, sendo que ao mesmo tempo surge para abocanhar militantes, majoritariamente desse partido, interessados em pular para o bloco de apoio do governo da presidente Dilma e aí participarem da festa das benesses de serem governo a nível federal, mesmo que isso os coloque em aparente confronto com as alianças regionais.
No âmbito do jogo sucessório de 2014, considero que o partido quer aproveita-se das diversas encrencas que atormentam governistas e oposicionistas que não possuem outro projeto senão estarem no governo aboletados em cargos públicos e sempre subordinados aos interesses dos grandes projetos nacionais, apoiam qualquer governo desde que eles estejam com uma boa popularidade e atendam seus intereses fisiológicos, o povo mesmo, é um mero detalhe nessa história.
Do ponto de vista das grandes lideranças nacionais que almejam disputar sucessão presidencial em 2014, o reedito PSD, serve a várias opções, pode servir, por exemplo a Aécio Neves em sua eterna disputa com os Paulistas, pelo controle dos tucanos, que nunca vai conseguir, o interesse do nucleo do governo também já sendo beneficiado, pois, o reedito PSD está nascendo em detrimento do DEM que está morrendo, propiciando as condições para que o governo possa aumentar sua bancada de apoio, para isso será necessário manter-se com chances de reeleição da presidente Dilma e um carguinhos e emendinhas  parlamentares para essa base,  seu surgimento também pode interessar o PT paulista pela possibilidade de dividir os votos da base de Alckimin em 2014 e com isso conseguir avançar no objetivo de derrotar os tucanos em São Paulo, fazendo composições com Kassab ou até mesmo estimulando sua candidatura a governador daquele estado.
Se fizemos uma análise dos arranjos que podem ocorrer nos vários estados veremos que reedição do PSD, embora com roupa nova, estar na cena com objetivo de fortalecer o atraso na política, via o renascimento e o amparo das correntes de pensamento que entendem que estado deve manter o seu caráter patrimonialista e de fortalecimento das oligarquias, reedita-se, portanto, o velhíssimo PSD com sua face de várias cabeças que parece mais  uma medusa do que um partido político.

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